Fraude Ancap #3: “Jesus Cristo era libertário, 100% libertário”. Expondo a doença libertária.

Nesta pocilga ideológica que vem se tornando o Brasil, quaisquer dementes ideológicos querem se apropriar do símbolo que é Cristo. Os socialistas, os comunistas, os conservadores, os libertários e até mesmo alguns liberais.

Não é de hoje que o movimento anarco capitalista, que até pouco tempo se arrastava como verme nas sombras da ignorância popular, vem tentado usar a simbologia cristã buscando uma aceitação maior de sua ideologia em um meio que em tese seria predominantemente “anti esquerda”. E nisso invariavelmente como em qualquer outra ideologia, seus militantes irão usar das fraudes mais abjetas para alcançar esse objetivo.

Mas, qual é o objetivo de fazer Jesus se parecer com um libertário?

Arrebanhar os fiéis, (sejam de qualquer vertente cristã), para o campo ideológico. Isso não é novidade alguma, outras ideologias já usaram essa técnica com excelentes resultados para eles. Por exemplo, os socialistas também afirmam que Jesus Cristo foi um comunista:

Porque SE Jesus manifestasse princípios semelhantes ao do comunismo e socialismo, muitos serão inclinados a se tornarem adeptos da “teologia da libertação” (marxismo católico), ou adeptos da “teologia da missão integral” (marxismo protestante). Nem é preciso dizer que as pessoas que caem nessa armadilha, se tornam massas de manobra e ferramentas para que ideologias e partidos ganhem popularização e poder político.

Do mesmo modo SE Jesus Cristo for libertário, muitos se tornarão adeptos do princípio de sonegação de impostos, revolta irrestrita contra o estado, adoção irrestrita e não crítica do mercado como mediador das relações humanas, se abrirão pra aceitação das ideias de como a sociedade humana utopicamente deveria ser (além da aceitação secundária de outras ideias e agendas vinculadas) a partir dos “difusores” e “formadores de opiniões” (a.k.a militantes) dessas ideologias.
É bem simples o conceito, veja o resultado:

Aqui no brigada, como sempre, o tiro é rápido e a fraude desmascarada:

Porque Jesus Cristo não era libertário (anarco capitalista).

1 — Jesus não se envolveu em política, menos ainda com movimentos ideológicos.

E isso exclui automaticamente qualquer ideologia política, econômica ou até mesmo filosófica que militantes desonestos costumam implicar à ele. Os ancaps podem bater o pezinho freneticamente que nada mudará a realidade — Anarco capitalismo é uma DOUTRINA POLÍTICA baseada em ideologia. Ela supõe que:

A). A ordem vigente é opressora…
B). Tem um inimigo de onde essa ordem se manifesta: O estado. Ele é o ente principal por onde todas a mazelas humanas se manifestam…
C). A derrota desse inimigo depende de ação popular — as pessoas devem se juntar em ações comuns para enfrentá-lo, diminuí-lo, se possível extingui-lo…
D). Culminando em uma situação onde todos serão SUPOSTAMENTE livres, donos de si, felizes, seguindo regras “não impositivas”, onde supostamente a maioria vai ignorar a natureza humana em se agredir mutuamente (PNA), e onde todo mundo vai ter dinheiro pra pagar segurança, saúde, negociar a venda de seus próprios orgãos, negociar sua própria servidão, talvez vender seus próprios filhos, quem sabe adquirir tanques de guerra com bitcoins, porque serão auto gestores sob o olhar onipotente do deus mercado — um tipo de sociedade humana jamais vista em escala global.

Jesus está simplesmente fora dessa equação, ele não defendeu nenhuma dessas coisas. É por isso que ancaps precisam dizer que “cristo era libertário, mas só que… secretamente”, hehehe. A tática é simples como se pode notar… o libertarianismo se vende como a solução dos problemas humanos, trazida PELOS PRÓPRIOS HUMANOS.

2 — Jesus incentivou o pagamento de imposto e sujeição às autoridades governamentais humanas.

Já apresentamos o desmascaramento de uma tentativa ancap em perverter a fala e as intenções de Crito na questão de César no artigo abaixo:

Fraude Ancap #1: “Quando Jesus disse: ‘dai a César o que é de César’ não estava dizendo para pagar…
Esse é o começo de uma série de mapeamento e refutações aos argumentos mais bisonhos e desonestos usados por…medium.com

O próprio cristo se sujeitou às autoridades humanas (por ocasião de sua condenação, prisão e execução), mesmo sabendo elas serem imperfeitas e injustas — O que difere em muito de anarco capitalistas que pregam “desobediência civil”. Os apóstolos deram continuidade a este entendimento no capítulo 13 de Romanos (que os ancaps ficam malucos pra distorcer com diversas outras fraudes secundárias):

Cada qual seja submisso às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as que existem foram instituídas por Deus.
Assim, aquele que resiste à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem, atraem sobre si a condenação.
Em verdade, as autoridades inspiram temor, não porém a quem pratica o bem, e sim a quem faz o mal! Queres não ter o que temer a autoridade? Faze o bem e terás o seu louvor.

Portanto, é necessário submeter-se, não somente por temor do castigo, mas também por dever de consciência.
É também por essa razão que pagais os impostos, pois os magistrados são ministros de Deus, quando exercem pontualmente esse ofício.
Pagai a cada um o que lhe compete: o imposto, a quem deveis o imposto; o tributo, a quem deveis o tributo; o temor e o respeito, a quem deveis o temor e o respeito. (Romanos 13:1–7)

A única ressalva que se faz ao temor e submissão, é quando a autoridade humana vai diretamente contra uma ordem dada pelo próprio Deus.(Atos 5:29)

3 — Jesus não pregou revolta contra o governo.

Em nenhum lugar da narrativa bíblica se encontra qualquer pregação, parábola ou analogia em que ele ostente ou incentive uma visão anti governo. A não ser que o ancap DISTORÇA A NARRATIVA como já demonstramos que eles fazem.

4 — O reino de Cristo é um sistema de governo DIVINO, não uma anarquia. (1 Corinthios 15:24)

(inclusive, é neste ponto onde monarquistas também tentam usar cristo como analogia para aceitação de um governo HUMANO monárquico).

5 —Cristo não defendia o capitalismo nem o mercado como sistemas “irrefutáveis”, sejam éticos ou morais. A moral meramente baseada no mercado e no acumulo de bens materiais é criticada na escritura.

Embora Jesus Cristo não tivesse aversão ao capitalismo (como afirmam os socialistas), ele não defendia o capitalismo como um sistema moral, onde a moralidade é adquirida naturalmente. Tanto que reprendeu o comércio realizado no Templo (Mateus 21:12,13 / João 2:16) e demonstrou que o valor de uma oferta à Deus não era calculada com base na quantidade monetária, mas na intenção do ato de ofertar, e do sacrifício pessoal envolvido na ação (Lucas 21: 1–4). Seus discípulos observam que o amor ao dinheiro resulta em males de toda espécie (1 Timóteo 6:10)

No máximo ANARCOCAPITALISMO É ANTI BÍBLICO em sua essência: Em toda a história das escrituras, existe o respeito à uma ORDEM NATURAL HIERÁRQUICA (desde o primeiro versículo do primeiro capítulo bíblico), que não condiz de forma alguma com QUALQUER tipo de anarquia. 
No velho testamento, temos mandamentos do deuteronômio e as leis do levítico em uma época que israel buscava legitimidade como uma “nação estado” coletiva e soberana. Em cada narrativa bíblica do velho testamento Deus estabeleceu profetas, os juízes (a bíblia contém o livro o de “Juízes”) os reis (também contém livros de Reis) os quais foram permitidos possuírem autoridade de governo na Terra… Israel possuía 12 tribos, cada uma com função de sub estado. ISRAEL ERA UM GOVERNO completo. O próprios israelitas PAGAVAM IMPOSTO AO TEMPLO, na forma de dízimo.

Até mesmo o governo do anti cristo, será permitido governar. Como se nota, os reinos mudaram, mas submissão à autoridade deles não mudou, a esperança num governo DIVINAMENTE (e não humanamente) justo, é que ficou mais nítida, e diferenciada de qualquer outra esperança em ações humanas.

A história contida na bíblica não é uma bagunça ancap onde todo mundo faz o que quer contanto que “não se fira o direito à liberdade de propriedade e principio de não agressão”. Aliás, reconhecidamente por Bakunin (um dos ideólogos modernos do anarquismo) o primeiro anarquista foi o próprio satanás, que não se sujeitava nem à hierarquia, nem à soberania e muito menos aos propósitos do próprio Deus.

“Satã, o eterno revoltado, o primeiro livre-pensador e o emancipador dos mundos! Ele faz o homem se envergonhar de sua ignorância e de sua obediência bestiais; ele o emancipa, imprime em sua fronte a marca da liberdade e da humanidade, levando-o a desobedecer e a provar do fruto da ciência”
Bakunin — Deus e o Estado.

vídeo de referência para este artigo: https://www.youtube.com/watch?v=AjZbaRW8UKo

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